
MINICURSOS E OFICINAS*
1. O patrimônio religioso afrobrasileiro na década 1960 1970
Ministrante: Elaine Ventura (UFRRJ)
Resumo: Considerando que as políticas de preservação do patrimônio são, em geral, resultado dos interesses políticos, o objetivo do curso é traçar uma refle- xão histórica do momento em que o patrimônio imaterial passou a compor o debate sobre o patrimônio cultural brasileiro e neste sentido, perceber os dis- cursos veiculados para as religiões de matrizes africanas. Nos últimos tempos, em diferentes partes do mundo, tem sido cada vez mais discutido o conceito de patrimônio em sua perspectiva polissêmica. No Brasil, a concepção de patrimô- nio restrita aos bens de pedra e cal passou a não dar conta de refletir sobre nossa complexidade cultural. Foi neste momento, sobre o progresso da Cam- panha de Defesa ao Folclore Brasileiro e da direção de Aloísio Magalhães no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que houve o redireciona- mento na política de preservação do patrimônio. Entendido, então, como bem de natureza cultural, por contemplar as formas imateriais. Desta política, as cren- nças religiosas, as festas de celebração, os lugares, as práticas culturais passa- ram a ser pensadas como parte integrante de nosso patrimônio cultural. Pre- tendemos refletir como as religiões de matrizes africanas serão incorporadas nesta política.
Palavras-chave: Religiões afrobrasileiras, história, patrimônio.
2. Nietzsche e o Cristianismo: relações de vontade de potência na constru- ção do ser humano
Ministrante: Denis de Oliveira Silva (IFAM)
Resumo: O presente minicurso pretende estudar Nietzsche e o Cristianismo através das relações de vontade de potência na construção do ser humano na sociedade, presentes nas suas obras: Gaia Ciência, Além do Bem e do Mal, Assim Falava Zaratustra, Humano, demasiado Humano, Anticristo, O crepúsculo dos ído- los, Vontade de Potência I e II. Estas características estão presentes como objeto de análise nos escritos do filósofo que para muitos mudou completamente a história da filosofia. Nesse sentido, é essencial discutir como é concebida a construção do ser humano a partir da influência do Cristianismo no Ocidente e como, a partir disso, Nietzsche propõe outro tipo de ser humano, um ser hu- mano livre, super-homem, moldado na filosofia do martelo. Iremos desenvol- ver o pensamento no primeiro dia a partir destes tópicos: Deus está morto, A busca pela verdade, O homem e a filosofia do martelo. No segundo dia, par- tiremos das seguintes questões: A modernidade está doente, O homem e sua criação Deus ou Deus e sua criação homem, Humano, demasiado Humano, Ni- ilismo. Pretendemos através deste minicurso dialogar sobre a importância do pensamento de Nietzsche para a construção do nosso cotidiano no século XXI.
Palavras-chave: Filosofia, Nietzsche, Cristianismo.
3. Religiosidade e saúde: práticas integrativas, complementares e saberes tradicionais no SUS
Ministrantes: Alexsandro Melo Medeiros (UFAM), Gladson Rosas Hauradou (U- FAM) e Maria de Fátima Guedes Araújo (Especialista em Estudos Latino-Ameri- canos e educadora popular)
Resumo: A relação entre religiosidade e saúde é tão antiga quanto a própria humanidade. Desde tempos remotos que os povos indígenas incorporam uma série de atividades ligadas ao sobrenatural e a arte da cura. Essa herança per- manece ainda viva nos dias atuais e se expressa através de diferentes práticas que incluem a benzedeira, a pajelança, o uso de plantas medicinais, e muitas outras. Além dessa prática que podemos chamar de medicina popular vale res- saltar como o Sistema Único de Saúde (SUS) vem valorizando também o que se convencionou chamar de medicina alternativa, com a aprovação em 2006 da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, que tem como uma de suas características o fato de que tais procedimentos estão de alguma forma relacionados com o pensamento religioso. Desta forma, este minicurso pretende analisar as diferentes formas que relacionam religiosidade e saúde, com ênfase nas práticas integrativas, complementares e dos saberes tradicio- nais no âmbito do SUS. Ao abordar a questão da saúde sob um prisma reli- gioso, inerente às práticas tradicionais, integrativas e complementares, preten- de-se destacar a importância desse conhecimento para um modo de vida sau- dável e integral.
Palavras-chave: Religiosidade, saúde, cura, SUS.
4. Os cristãos dentro da Dar al-Islam: o início da dhimmitude
Ministrante: Alfredo Bronzato da Costa Cruz (UERJ)
Resumo: O Islã introduziu-se na história antes do mais como uma força con- quistadora: um século depois da morte de Muhammad (571-632), aproximada- mente metade dos cristãos do mundo estava sob o domínio muçulmano. Os conquistadores reconheceram que havia diferenças entre as Igrejas que sub- meteram politicamente, mas consideravam que todas professavam erros teoló- gicos graves. Não houve uma política geral de conversão ao Islã, mas, em princípio, praticou-se uma tolerância de fundamentação corânica em relação aos Povos do Livro – outros grupos religiosos monoteístas que possuem livros sagrados resultantes de uma revelação profética anterior à de Muhammad. De acordo com essa noção é que cristãos, juntamente com judeus e sabeus, fo- ram considerados pelos muçulmanos como membros de uma comunidade pro- tegida, a dhimma. Mediante o pagamento da jizya, um imposto capital, os dhim- mis podiam continuar a professar sua religião e também participar da maior parte dos espaços da nova sociedade ordenada pelo governo islâmico. Pensar a situação dos cristãos que nos séculos VII e VIII AD/I-II AH viram-se incorpo- rados à Dar al-Islam é não só ter contato com experiências eclesiais ainda larga- mente ignoradas pela academia brasileira, mas também colocar em perspecti- va histórica a questão da convivência e do choque de culturas em momentos de crise e/ou mudança de paradigmas. Assim sendo, este minicurso objetiva proporcionar uma introdução à discussão da história das comunidades cristãs na dhimmitude, partindo de uma leitura sinóptica de documentos referentes ao momento inicial da expansão islâmica.
Palavras-chave: Islã, Cristianismo, convivência e choque de culturas.
5. Associações Religiosas de leigos no período colonial: historiografia e fontes
Ministrante: Monalisa Pavonne Oliveira (UFRR)
Resumo: Neste minicurso apresentaremos as associações religiosas de leigos na América portuguesa no século XVIII. O presente tema se justifica na medida em que pretende trabalhar um tipo de instituição colonial em âmbito local pre- sente em todo o Império português, do Reino às mais longínquas colônias. Sen- do assim, nosso objetivo é apresentar as associações religiosas de leigos nas suas variações, tipificadas como: confrarias/ irmandades, arquiconfrarias e or- dens terceiras a partir da bibliografia clássica, considerada de referência, e da produção historiográfica mais recente. Para esse estudo, além da literatura es- pecializada, lançaremos mão de fontes primárias relativas à essas instituições, especificamente alguns de seus Compromissos, uma espécie de regimento in- terno, para leitura, transcrição e análise.
Palavras-chave: Associações religiosas, leigos, Igreja Católica, América Portu-guesa, século XVIII.
6. Gênero e Feminino: uma análise em questão
Ministrantes: Ianna Paula Batista Gonçalves (UEA) e Luana Pantoja Medeiros – (UEA)
Resumo: A nossa sociedade atravessa um momento de constantes transforma-ções, tanto do ponto de vista social quanto ideológico. No entanto, quando se trata da questão de gênero, pensar sobre estas transformações, vai muito além do que simplesmente atribuir diferentes características ao sexo. Ao contrário disto, é necessário refutar o sexismo biológico, pois nossas atitudes e compor-tamentos são formados a partir da cultura patriarcal na qual fomos atribuídos ao sexo feminino ou ao masculino. Com o intuito de estimular tais mudanças no comportamento humano, enfatizando a necessidade de se trabalhar na pro-moção de igualdade e equidade de gênero no contexto social, o objetivo desta oficina é trazer para o meio acadêmico e estender à comunidade em geral, dis-cussões sobre a questão de gênero, sobretudo a desconstrução da figura femi- nina criada a partir do ponto do vista do patriarcado. Além de contribuir para o respeito à sexualidade, às escolhas e as diferenças de ser e pensar o feminino em uma sociedade pós-moderna.
Palavras-chave: Gênero, igualdade, sexualidade, diálogos.