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MESAS-REDONDAS*

1. Odens e Congregações Religiosas na Amazônia

Palestrantes: Dr. Guilherme Arduini (UNICAMP), Dr. Raymundo Heraldo Mau-és (UEPA/ UFPA), Dra. Monalisa Pavonne Oliveira (UFRR) e Egydio Schwade (CI-MINorte)

Resumo: As ordens e congregações religiosas têm ocupado um lugar de desta-que nas dinâmicas sociorreligiosas brasileiras. Desde o momento inicial, quan-do a ideia de missão foi fundamental para implementar a fé católica na colô-nia; durante o Império, com marcantes desavenças entre os projetos da Igreja e do Estado; e ao longo de toda a República, quando elas tiveram destacado pa-pel nas obras assistenciais e na educação (tanto da elite quanto dos mais po-bres). Na Amazônia, diversos aspectos da presença de religiosos/as têm apare-cido na historiografia, sem que tenhamos, no entanto, um estudo mais apro-fundado sobre o tema. Esta mesa reúne um amplo painel de pesquisas sobre ordens e congregações no Brasil, com apontamentos sobre a Região Norte, abrangendo questões de método, recorte temporais e fontes e colocando em discussão, inclusive, o papel das ordens terceiras (de leigos). Trata-se também de uma homenagem ao livro pioneiro do professor Raymundo Heraldo Maués, publicação que, em 2018, completará 50 anos.

Palavras-chave: Ordens, Congregações religiosas, Amazônia

2. Diálogos inter-religiosos no Amazonas

Palestrantes: Alberto Jorge (Coordenador da Articulação Amazônica dos Povos e Comunidades Tracionais de Terreiro de Matriz Africana), Dra. Marilina Concei- ção Oliveira Serra Pinto (UFAM), Dra. Renilda Aparecida Costa (UFAM) e Ms. Lili- ane Oliveira (UFAM)

Resumo: O diálogo proporciona sempre um ambiente propício para o conheci- mento e reconhecimento dos outros, dos diferentes, sendo ao mesmo tempo importante oportunidade para o cultivo e afirmação da própria identidade reli- giosa. O diálogo inter-religioso, quando bem cultivado, em todas as faixas etári- as, certamente poderá livrar as nossas sociedades de muitas perigosas fobias. Nessa perspectiva, esta Mesa-Redonda será realizada com o intuito de promo- ver um debate com a comunidade acadêmica a respeito do projeto Diálogos com o Sagrado em Manaus: mediação no processo de superação da intolerân- cia religiosa, organizado no âmbito dos Programas de Pós-graduação em Socio- logia e Sociedade e Cultura na Amazônia da Universidade Federal do Amazo- nas. O referido evento foi realizado com a intenção de compreender o diálogo inter-religioso como uma possibilidade superação da intolerância religiosa e, contou com a presença de diversas lideranças religiosas existentes na cidade de Manaus. Esta será, portanto, mais uma iniciativa na consolidação da área da Ciência das Religiões e dos estudos da religião e religiosidades no Amazonas, buscando socializar uma experiência acadêmica vivenciada que teve como ferramenta teórico-metodológica o diálogo inter-religioso entre as diferentes tradições religiosas presentes na cidade de Manaus e possibilitando, assim, o debate da comunidade acadêmica com lideranças religiosas através da promo- ção do diálogo do conhecimentos religiosos tradicionais com  os conhecimen- tos da academia.

Palavras-chave: Diálogo inter-religioso, sagrado, Amazonas.

3. Laicidade, religião e educação na Amazônia: modalidade, práticas e re- presentações no Ensino Religioso

Palestrantes: Dra. Rosângela Siqueira (SEMED-Manaus), Ms. Francisco Palheta (SEDUC-AM), Ms. Antonio H. Fonseca Romero (UEA) e Dr. Marcus Vinícius Frei- tas Reis (UNIFAP)

Resumo: Concebida como espaço de missão para muitas igrejas, a Amazônia continua, até hoje, bastante religiosa. De acordo com os dados do censo demo- gráfico de 2010, 93% da população da Região Norte declara alguma filiação e desses, 90% são cristãos. Um primeiro apontamento que se pode tirar desses dados é que, mesmo em pluralização, trata-se um território com um baixo índi- ce de secularização. Diversas pesquisas têm mostrado, na mesma perspectiva, o quanto essas religiões interagem sobre/no espaço público, interagindo (nem sempre de maneira pacífica) no interior das instituições educacionais e de es- paços não-formais de aprendizado. Pretendemos aqui lançar um olhar crítico sobre a conformação da laicidade no Amazonas, apresentando pesquisas e ex- periências de trabalho com as muitas modalidades, práticas e representações da religião no campo educacional, em especial na formação e atuação dos pro- fessores de Ensino Religioso nas escolas públicas de Ensino Básico.

Palavras-chave: Laicidade, religião, educação, Ensino Religioso, Amazônia.

 

4. 500 anos de Reforma(s) Protestante(s) e suas ressonâncias no Brasil

Palestrantes: Dr. Eduardo Paegle (IFRR), Ms. Clarice Bianchezzi (UEA), Ms. Fanu- el Santos (FBN) e Elder Monteiro de Araújo (IFAM)

Resumo: O movimento reformista que tomou corpo a partir das contestações do monge Martinho Lutero à Igreja Católica no século XVI completa 500 anos em 2017. Ao longo dessa larga temporalidade, a expressão “protestantismo” am- pliou-se de tal maneira que se tornou insuficiente para caracterizar e explicar as multifacetadas variações alternativas ao cristianismo católico, em especial no contexto latino-americano. Nesse sentido, é cada vez mais comum o uso, entre os estudiosos, da expressão “protestantismos” na tentativa de captar as dife- rentes configurações desse fenômeno religioso. Fala-se também em “mundo evangélico” ou “mundo gospel” para aludir a algumas particularidades desse campo no Brasil e em outras partes do mundo. Trata-se, portanto, de um obje- to de estudos dinâmico, fluído, que exige reflexões multidisciplinares e que não se limita mais a enfoques confessionais. A partir dessas considerações, essa Mesa reúne diferentes feições, no tempo e no espaço (com destaque para regi- ões “interioranas” do país e em especial a região Norte) desse universo chama- do de protestante ou evangélico.

Palavras-chave: Protestantismos, história, Região Norte.

 

5. Religiões contra-hegemônicas: religiões afroindígenas, pajelanças e no- vos movimentos religiosos na Amazônia

Palestrantes: Dra. Maria Betânia Albuquerque (UEPA), Dra. Maria Audirene Cor- deiro (UFAM), Dra. Kachia Techio (UNIR) e Dra. Gisela Macambira Villacorta (UNI- FESSPA)

Resumo: Nos estudos sobre religião na Amazônia sobressaiu, quase sempre, a indicação de que se tratava de um território marcado pelo Cristianismo, muito embora essa hegemonia tenha se constituído com base em fusões, hibridaçõ- es, mestiçagens com as crenças dos habitantes originais da terra (os indígenas) e com negros vindos da África e/ou seus descendentes. Do mesmo modo, ape- nas recentemente têm sido estudados os novos movimentos religiosos origina- dos da floresta e em estreito diálogo com a natureza. Por isso esta Mesa-Re- donda aborda as religiões contra-hegemônicas e apresenta aspectos diversos das religiões afroindígenas, ayuasqueiras, das pajelanças, das benzeções e seus imaginários, práticas e representações sociais.

Palavras-chave: Religiões afroindígenas, pajelanças, novos movimentos religi- osos, Amazônia.

 

6. O cristianismo entre a Antiguidade e o Medievo

Palestrantes: Ms. Alfredo Bronzato da C. Cruz (UERJ), Dr. Douglas Mota Xavier de Lima (UFOPA), Ms. Macário Lopes de Carvalho Júnior (UEA/UFF) e Dra. Raquel Ferreira Filizzola (Universidade Nilton Lins)

Resumo: O cristianismo – que é simultaneamente crença, prática, movimento/ instituição e sensibilidade – sempre foi maior e mais diverso do que qualquer comunidade eclesial em particular. Sua história, ao refletir uma enorme diver- sidade de perspectivas locais, não necessariamente convergentes entre si é eminentemente polimorfa. Nessa perspectiva, estudos mais recentes têm apon- tado que a noção do cristianismo como um bloco monolítico, no qual a diversi- dade se introduz por heterodoxia e cisão, não é expressão de qualquer reali- dade verossímil, mas um construto ideológico. Faz-se, portanto, necessário le- var em conta essa diversidade constitutiva, assim como as divergências que se- pararam as comunidades eclesiais uma das outras, sem procurar reduzir suas trajetórias simplesmente aos elementos comuns. Neste sentido, a Mesa-Re- donda objetiva oferecer um painel sucinto de novas abordagens, tanto as que lançam um novo olhar sobre temas até então tratados de maneira tradicional por historiografias confessionais ou francamente pias, quanto mostrar traba- lhos que exploram a heterogeneidade, a divergência, a desigualdade, o confli- to, a porosidade intereclesial não como ruptura, mas como característica pró- pria da religião cristã na Antiguidade e na Idade Média. Do mesmo modo, a me- sa propõe discutir como o cristianismo medieval apresenta-se no discurso fíl- mico e no ensino de História.

Palavras-chave: História do Cristianismo, História Antiga, História Medieval.

 

7. Diversidade étnico-racial e de gênero no campo religioso amazônico e suas implicações nas políticas de identidade

Palestrantes: Ms. Gilse Elisa Rodrigues (UFAM), Dra.Renilda Aparecida Costa (UFAM), Dr. Eduardo Meinberg Maranhão (UFSC), Josiane Otaviano Guilherme (estudante indígena, graduanda em Antropologia na UFAM)

Resumo: As implicações étnico raciais e de gênero que decorrem das vincula- ções religiosas no contexto amazônico devem, à princípio, ser lidas em função das peculiaridades culturais locais e dos processos históricos que as forjaram, marcadas por um intenso colonialismo religioso. Por outro lado, não podem ser entendidas como apartadas das grandes questões contemporâneas que orien- tam as escolhas dos indivíduos em suas vinculações religiosas. Diversidade de gênero, diálogos e disputas étnico raciais, retorno à fundamentalismos cosmo- lógicos são fenômenos que aparecem como desafios, não só do ponto de vista institucional, mas também, como elementos relevantes nestas vinculações in- dividuais aos sistemas de crenças. O debate que propomos para esta MR gira em torno das especificidades do campo religioso amazônico, levando em con- sideração as construções identitárias de gênero e étnico raciais que estão pau- tando as escolhas de diversos sujeitos neste campo, escolhas estas que podem abrir espaço para disputas de caráter político e de enfrentamento aos sistemas de crenças tidos como tradicionais.

Palavras-chave: Diversidade racial e de gênero no Amazonas, políticas de iden- tidade; campo religioso amazônico.

 

8. Religião, mídia e cultura

Palestrantes: Ms. Adelson da Costa Fernando (UFAM), Dr. Allan Soljenítisin Bar- reto Rodrigues (UFAM), Dra. Taíssa Tavernard de Luca (UEPA) e Ms. Helder Mou- rão (UFAM)

Resumo: A mudança nos modos de agir do campo religioso faz parte do fenô- meno da midiatização das instituições. Vários autores indicam que alguns cam- pos sociais têm mudado seus modos de funcionamento para continuar tendo contato com os seus públicos. Neste novo cenário, nota-se que, para fazer reli- gião, hoje, é preciso saber dominar não só a linguagem específica do campo re- ligioso, mas também da mídia, conhecendo os seus processos e lógicas de fun- cionamento. Fundamentado nestas articulações teóricas, esta Mesa pretende refletir sobre tal relação interfacial e, para isso, reúne trabalhos que discutem, do ponto de vista teórico e/ou analítico, as diversas modalidades da presença da religião na mídia, as apropriações de espaços midiáticos pelas instituições religiosas e também trabalhos que enfoquem o compartilhamento de experi- ências religiosas do público na mídia.

Palavras-chave: Religião, mídia, processo de midiatização.

 

9. Fronteiras e identidades Amazônicas e suas múltiplas expressões reli- giosas

Palestrante: Dra. Geórgia Pereira Lima (UFAC), Dr. Manoel Ribeiro (UEPA), Dr. Francisco Pinheiro (UFAC) e Dra. Lúcia Puga (UEA)

Resumo: Esta mesa discute, em sentido amplo e por um viés interdisciplinar, os conceitos de fronteira e identidade, em sua relação com o campo religioso amazônico. Compreendemos que o processo de diversificação religiosa tem imposto novas modalidades de discursos e experiências para sujeitos e grupos que se movem de maneira cada vez mais intensa entre espaços físicos, mas também políticos, sociais e culturais. Nesse sentido, as fronteiras se tornam mais fluidas, porosas e difíceis de identificar e as marcas de identidade mais oscilantes e instáveis. Isso vale para pensar as dinâmicas demográficas, para o lugar dos novos agentes religiosos nas comunidades e na mediação com o estado, bem como as representações de si criadas por cada igreja, grupo ou movimento religioso. Tendo como eixo comum a Amazônia brasileira, busca- mos refletir sobre as novas possibilidades de análise abertas atualmente para os estudos da religião na Região Norte, em especial aqueles que partem da Amazônia.

Palavras-chave: Fronteiras, identidades, expressões religiosas, Amazônia.

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